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"Jornada nas Estrelas" quer completar 50 anos em grande estilo

Alexandre Matias

21/05/2016 11h21

O cinquentenário de Jornada nas Estrelas só acontece em setembro deste ano, quando a série original completa meio século que estreou na televisão norte-americana. Mas há uma expectativa em relação ao ano de aniversário da saga criada por Gene Roddenberry foi aguçada pelo lançamento do novo trailer do terceiro filme da franquia depois que ela caiu nas mãos de J.J. Abrams, Jornada nas Estrelas: Sem Limites.

A nova amostra é uma resposta direta às críticas ao primeiro trailer, que havia sido lançado no fim do ano passado e fazia Jornada nas Estrelas parecer mais uma comédia de ação do que uma das sagas mais cultuadas do mundo. Veja só:

O novo trailer deixa claro que o novo filme mostra um ataque pesado à nave Enterprise e aprofunda-se levemente na mente dos principais personagens, fazendo a saga reatar com seu tom mais filosófico, político e… humano, tão reverenciado pelos fãs tradicionais. Estes repudiam o renascimento da marca pelas mãos de J.J. Abrams, que teria deixado-a mais parecida com a saga de George Lucas do que com a essência desenvolvida em anos de filmes e séries de TV. Mas é inegável que os filmes dirigidos pelo criador de Lost em 2009 e 2013 ajudaram a história a ganhar novos público e fôlego no início do século.

Jornada nas Estrelas: Sem Limites estaria, portanto, preparando o terreno para o cinquentenário da saga ao retomar seu tom mais sério e otimista sem abrir mão das cenas de ação. O ator John Cho, que interpreta o físico piloto Sulu, confirmou isso em entrevista à revista norte-americana Famous Monsters e atribui essa qualidade ao diretor, Justin Lin, conhecido por filmes da franquia Velozes e Furiosos: "(Ele) se importava com a mitologia, comem fazer direito, em mover os personagens adiante…", explicou o ator. "Acho que todos nós tínhamos interrogações; é difícil ouvir que o cara que fez os dois primeiros e bem-sucedidos filmes não irá fazer o terceiro. Mas todos nós ficamos realmente surpresos como ficamos aliviados em trabalhar com ele." Cho também reconhece que o roteiro de Simon Pegg, o ator que interpreta o cientista engenheiro-chefe Scotty na nova versão da série, é responsável por essa mudança: "Quando li o roteiro, minha impressão emocional foi que ele se sentia muito parecido com a série original", continuou, "E o primeiro filme não tinha essa sensação para mim."

O novo filme, que estreia em setembro deste ano para coincidir com o cinquentenário, também prepara o território para a volta da saga para a TV, que deve acontecer no ano que vem. A emissora CBS apenas anunciou esta semana um teaser com "nova tripulação, novos heróis, novos vilões e novos mundos", além de um novo logo:

Não há informações sobre o novo seriado, tirando que ele estreará apenas no ano que vem.

E outra notícia mostra que a Paramount está disposta a se reconciliar com os fãs aconteceu esta semana, quando o estúdio abandonou o processo que movia contra os produtores do filme Star Trek: Axanar, fãs da saga, que arrecadaram mais de um milhão de dólares através do sistema de financiamento coletivo Kickstarter para produzir um filme com atores conhecidos, como Richard Hatch, Kate Vernon (o primeiro da versão original de Battlestar Galactica, a segunda do remake feito neste século), J. G. Hertzler (da série do universo de Jornada nas Estrelas Deep Space Nine) e Gary Graham (da série Star Trek: Enterprise). O filme foi apresentado em 2014 com um impressionante prelúdio de 20 minutos:

Mas seu lançamento, que aconteceria este ano, foi interrompido pelo processo em que o estúdio acusava os produtores de infringir direitos autorais e a notícia pegou mal entre os fãs da saga. A retirada do processo permite que o filme volte a estrear e abre uma jurisprudência sem precedentes para o direito autoral neste século. O porta-voz das notícias foi o próprio J.J. Abrams, que continua como produtor do novo filme, e resumiu o gesto em uma frase: "Essa não é a forma apropriada de tratar os fãs."

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Sobre o Autor

Alexandre Matias cobre cultura, comportamento e tecnologia há mais de duas décadas e sua produção está centralizada no site Trabalho Sujo (www.trabalhosujo.com.br), desde 1995 (@trabalhosujo nas rede sociais). É curador de música do Centro Cultural São Paulo e do Centro da Terra, do ciclo de debates Spotify Talks, colunista da revista Caros Amigos, e produtor da festa Noites Trabalho Sujo.

Sobre o Blog

A cultura do século 21 é muito mais ampla que a cultura pop, a vida digital ou o mercado de massas. Inclui comportamento, hypes, ciência, nostalgia e tecnologia traduzidos diariamente em livros, discos, sites, revistas, blogs, HQs, séries, filmes e programas de TV. Um lugar para discussões aprofundadas, paralelos entre diferentes áreas e velhos assuntos à tona, tudo ao mesmo tempo.

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