Topo

Próximo disco da Nação Zumbi terá versões de Amy, Mutantes, Bowie e outros

Alexandre Matias

25/11/2016 14h01

nz-br135

Principal atração do primeiro dia do festival BR 135, que começou nesta quinta-feira, dia 24, em São Luís, no Maranhão, a banda pernambucana Nação Zumbi está encerrando o ciclo de comemoração dos 20 anos do disco Afrociberdelia, segundo álbum da banda, lançado em 1996, para começar um novo projeto, ainda com título provisório de Radiola NZ. O novo álbum trará versões para músicas favoritas do grupo, tanto brasileiras quanto internacionais, e o repertório poderá ter faixas de Amy Winehouse, Last Shadow Puppets, Mutantes, Velvet Underground, Clash, Erasmo Carlos, David Bowie, Roxy Music, entre outros. "Ainda estamos definindo tudo, mas já começamos a rascunhar algumas versões, como 'Ashes to Ashes' de David Bowie e 'Love is the Drug' do Roxy Music", me contou o vocalista do grupo, Jorge Du Peixe.

O gatilho para este novo disco, que deve começar a ser gravado neste fim de semana, em Fortaleza, foi o show que o grupo fez no Festival da Cultura Inglesa deste ano, quando foram convidados a fazer versões de músicas em inglês. O grupo tocou versões para "Tomorrow Never Knows", dos Beatles, "A Message To You Rudy", dos Specials, "Time of the Season" dos Zombies e "China Girl", de Iggy Pop e David Bowie. A partir daí a banda começou a cogitar novas versões e o projeto ganhou título e forma, embora ainda esteja em seu estágio inicial.

Versões não são novidades para a Nação. Além de ter dois de seus maiores hits escritos por outros artistas ("Maracatu Atômico" de Jorge Mautner e "Quando a Maré Encher" da banda olindense Eddie), o grupo já dividiu um disco com os conterrâneos e contemporâneos Mundo Livre S/A, quando um tocava músicas do outro, além de manter o projeto paralelo Los Sebosos Postizos, em que tocam músicas do período clássico de Jorge Ben. O novo álbum deve ser lançado no ano que vem, mas a banda não tem pressa. "Temos nosso tempo e precisamos respeitá-lo", conclui Jorge.

Sobre o Autor

Alexandre Matias cobre cultura, comportamento e tecnologia há mais de duas décadas e sua produção está centralizada no site Trabalho Sujo (www.trabalhosujo.com.br), desde 1995 (@trabalhosujo nas rede sociais). É curador de música do Centro Cultural São Paulo e do Centro da Terra, do ciclo de debates Spotify Talks, colunista da revista Caros Amigos, e produtor da festa Noites Trabalho Sujo.

Sobre o Blog

A cultura do século 21 é muito mais ampla que a cultura pop, a vida digital ou o mercado de massas. Inclui comportamento, hypes, ciência, nostalgia e tecnologia traduzidos diariamente em livros, discos, sites, revistas, blogs, HQs, séries, filmes e programas de TV. Um lugar para discussões aprofundadas, paralelos entre diferentes áreas e velhos assuntos à tona, tudo ao mesmo tempo.

Blog do Matias