O dia em que George R.R. Martin, com apenas 16 anos, escreveu para Stan Lee
Bastou alguém escanear uma velha revista da Marvel e colocá-la online para que a adolescência do criador da série Game of Thrones, George R.R. Martin, viesse à tona como autor desde sua adolescência. Na seção de cartas da edição número 32 da revista Quarteto Fantástico (ou, como dizia o código de identificação da época, FF#32), publicada em novembro de 1964, um jovem leitor de 16 anos que morava em Nova Jérsei, na região metropolitana de Nova York, escreveu para Jack Kirby e Stan Lee elogiando seu trabalho mas puxando a orelha dos criadores da Marvel por terem ressuscitado um vilão – mais de uma vez! – sem dar as devidas explicações. Eis a íntegra da missiva:
Caros Stan e Jack,
Aham! Mais um mês, outro monte de clássicos, mas o que mais se pode esperar de vocês, caras! FF#29 foi mais uma vez sublime com a bela arte de Kirby e Stone dando o impacto correto ao brilhante roteiro de Stan. Poderia comemorar o dia inteiro sobre aquele último quadrinho da página 11 e não me faltariam palavras. Quando meus pequenos olhos redondos citilaram famintos pela primeira vez aquele quadrinho, bombas de hidrogênio explodiram dentro de meu cérebro e eu fui varrido por seu puro esplendor. Por favor, caras, não façam isso com frequência a menos que queiram me ver morrer jovem! Contudo, sinto informar que encontrei uma falha nesta obra-prima quase perfeita, uma falha que é, infelizmente, comum a vocês. Quando vimos o Fantasma Vermelho pela última vez em FF#13, ele estava preso na lua sendo perseguido por três macacos superpoderosos lívidos de ódio e bradando raio paralisante do Senhor Fantástico em sua direção. Agora de repente vocês o trazem de volta controlando completamente seus macacos sem uma única palavra de explicação. Esta não é a primeira vez que vocês trazem de volta um vilão sem explicar propriamente como. Vocês fizeram isso quando ressuscitaram o Mestre dos Bonecos em FF#14 depois que Reed havia declarado que ele estava morto em FF#8. Que cientista – não consegue nem dizer se o sujeito está vivo ou morto mas é brilhante o suficiente para inventar uma geringonça que solta um raio cósmico superamplificado movido a radioatividade num instante! Concluindo, desejo-lhes bpoa sorte em suas publicações vindouras, mas Stan, não tire mais vilões da cartola. Na próxima vez nos diga como eles reapareceram de volta, OK? OK!
George R.R. Martin, 35 E. First st.
Bayonne, N.J.
Stan Lee, nosso querido picareta, respondeu à carta do jeito mais Stan Lee possível:
Uau! Nossos rostos estão vermelhos! Você que a verdade, Georginho? Nós simplesmente ESQUECEMOS onde deixamos o Fantasma Vermelho da última vez e não tínhamos tempo de procurar na edição porque a gráfica estava bufando o prazo em nossos cangotes! Mas suponhamos que oferecêssemos mais um generoso não-prêmio ao leitor que possa vir com a melhor explicação sobre como ele se salvou? (Ele deve ganhar o prêmio "editor enxerido" do ano!)
Abaixo a carta original:
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