Topo

Festival traz Sly & Robbie, Badbadnotgood e Cinematic Orchestra para SP

Alexandre Matias

04/03/2016 15h52

nublu-2016-

"É, jazz é uma palavra enorme…", brinca o músico e produtor sueco-turco Ilhan Ersahin, que conseguiu estabelecer o festival de jazz Nublu no calendário paulistano. "Mas o Nublu não é um conceito tradicional de jazz", ele explica em entrevista por email. "Eu inventei a palavra 'nublu' porque eu achava que precisava de uma nova palavra para a música que estivesse nas lacunas. Em vez de descrever minha música. A intenção da palavra nublu é colocar um pouco de rock, um pouco de eletrônica, um pouco de trip hop… E a ideia Nublu é música nova, novas composições, novas bandas, novas formações. Acho que isso é tão mais excitante do que interpretar algo que já foi feito antes. Muita gente já está fazendo isso."

O festival, que chega à sua sexta edição entre os dias 17 e 19 de março, é conhecido por misturar não apenas gêneros como gerações de músicos desbravadores de fronteiras. Ersahin explica a fórmula: "Os critérios sempre são 1) bons músicos, 2) alguma lenda viva da música e 3) algumas bandas novas e formadas por jovens", detalha. Entre os mestres que já passaram pelo festival estão nomes como já trouxe nomes como Headhunters, Sun Ra Arkestra e o rapper Tricky.

A grande atração deste ano é a dupla jamaicana Sly & Robbie. Formada pelo baterista Sly Dunbar e pelo baixista Robb Shakespeare, a dupla é contemporânea de Bob Marley, mas enveredou por outros gêneros musicais – como o funk nos anos 80 e o dancehall nos anos 90, e já tocou ao lado de uma vasta gama de músicos pop que vai de Serge Gainsbourg a Gilberto Gil, passando por Grace Jones, os Rolling Stones, Ben Harper, Bob Dylan, Sting e Simply Red, além de ícones jamaicanos como Black Uhuru, Gregory Isaacs, Dennis Brown, Peter Tosh e Sean Paul. Nos shows em São Paulo eles tocam com os músicos norugueses Eivind Aarset (guitarra) e Nils Petter Molvær (trompete).

Outra grande atração é a primeira vinda do trio canadense de hip hop instrumental Badbadnotgood ao Brasil, além do grupo de nu jazz inglês Cinematic Orchestra e o baterista nova-iorquino Marcus Gilmore. No lado brasileiro há o supergrupo de jazz dub Praia Futuro, que inclui integrantes do Cidadão Instigado e da Nação Zumbi, além do próprio Ersahin, o trio Baobab Stereo Club, que conta com o baterista do Hurtmold Maurício Takara. Os DJs Rafael Moraes, Tamenpi e DvBz atuam entre antes e entre as atrações ao vivo.

"Eu fico muito feliz deste evento ter se tornado anual", comemora Ersahin. "Acho que se encaixa bem com São Paulo, já que o Nublu também tem edições em Nova York, onde tenho um clube, e em Istambul, na Turquia. Acho que essas três cidades têm muito em comum."

Os ingressos para o festival começam a ser vendidos a partir do dia 8 via internet e a partir do dia 9 em todas as unidades do Sesc, e custam entre 15 e 50 reais.

nublu-2016

Sobre o Autor

Alexandre Matias cobre cultura, comportamento e tecnologia há mais de duas décadas e sua produção está centralizada no site Trabalho Sujo (www.trabalhosujo.com.br), desde 1995 (@trabalhosujo nas rede sociais). É curador de música do Centro Cultural São Paulo e do Centro da Terra, do ciclo de debates Spotify Talks, colunista da revista Caros Amigos, e produtor da festa Noites Trabalho Sujo.

Sobre o Blog

A cultura do século 21 é muito mais ampla que a cultura pop, a vida digital ou o mercado de massas. Inclui comportamento, hypes, ciência, nostalgia e tecnologia traduzidos diariamente em livros, discos, sites, revistas, blogs, HQs, séries, filmes e programas de TV. Um lugar para discussões aprofundadas, paralelos entre diferentes áreas e velhos assuntos à tona, tudo ao mesmo tempo.

Blog do Matias