Rock in Rio 2015: A música é só uma desculpa
Lá vou eu de novo rumo a mais um Rock in Rio, desta vez sem a ilusão de estar indo a um evento musical. A ilusão já vinha sendo desfeita à medida em que as atrações musicais pareciam ser secundárias, como na maioria dos festivais deste século. Parece que é mais importante estar presente e mostrar a presença do que propriamente acompanhar algum show. Mais importa a sensação de estar em um megaevento repleto de shows de artistas conhecidos do que conhecer qualquer um desses artistas.
O fiapo de ilusão restante foi desfeito a principal executiva do evento, Roberta Medina, me disse durante a primeira edição norte-americana do festival brasileiro, em Las Vegas, que encarava o festival não como um evento de música, mas como uma espécie de Disneylândia cujo tema é a música pop. As atrações musicais – grandes ou pequenas – são apenas uma desculpa para juntar os amigos e embarcar numa viagem em que o importante é tirar fotos, filmar shows, postar nas redes sociais e mostrar que esteve lá com os amigos.
Por isso ao ser escalado para participar da cobertura do UOL do Rock in Rio deste ano, abandonei qualquer esperança de assistir a um bom show – o que é relativamente fácil, devido à escalação bisonha deste ano. Cheguei ao Rio para ver como o público se comporta, se as instalações estão funcionando, se a infraestrutura está à altura da reputação do evento, se a sensação de estar em um grande festival realmente funciona. Assistir festivais de rock pela TV (outra deformação do conceito inicial) e arrotar suas opiniões pela internet como se estivesse no evento é fácil – o Twitter, rede social favorita de quem ainda assiste televisão, vai estar coalhado destes críticos de sofá, profissionais ou não.
É claro que a música me interessa e várias atrações me são promissoras por motivos pessoais: o reencontro de Baby e Pepeu, a primeira vez que João Donato vai mostrar seu novo disco elétrico, a nova formação dos Autoramas, as presenças históricas de Rod Stewart e Elton John, a atual encarnação do Faith No More, como a diva pop Rihanna comporta-se num palco brasileiro e outros shows que me falham à memória. É claro que a música ainda importa – mesmo que para um nicho cada vez menor deste festival. Vamos lá!
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