#thebeatles1: Os Beatles estão preparando alguma...
Os Beatles ligaram sua máquina de marketing nesse sábado, ao anunciar, em seu site oficial, página do Facebook, canal no YouTube e conta no Twiiter um vídeo com a hashtag #thebeatles1 e uma contagem regressiva que começa no número 10 e termina repetindo, só que com as cores invertidas, a exata capa da coletânea Beatles 1, que o grupo lançou no ano 2000. Na época a coletânea causou controvérsia pelo critério determinar quais músicas seriam escolhidas.
A gênese de Beatles 1 ocorre após o final do lançamento do terceiro volume de Anthology, a extensa viagem arqueológica que os três Beatles remascentes fizeram nos arquivos da banda durante os anos 90. Aquela opulenta jornada na história – três CDs duplos, um livraço de mesa, uma caixa com 10 fitas de VHS e posteriormente 6 DVDs – era o sonho materializado que todo beatlemaníaco podia esperar de um processo de oficialização das gravações do grupo que não foram lançadas enquanto o grupo existia, entre 1962 e 1970. Mas ela, ao mesmo tempo, não servia como introdução a um público que ainda não conhecia o grupo inglês.
Acontece que melhor coleção de canções que funcionava como porta de entrada para a discografia dos Beatles era uma coleção também opulenta – e embora tenha proporções menores, as duas coletâneas duplas 1962-1965 e 1966-1970, lançadas originalmente nos anos 70 – ainda era uma vasta coleção para quem fosse apenas um iniciante. Era preciso de um conjunto de músicas que coubessem em apenas um CD, uma playlist precisa (lembre-se que estamos falando do auge da era do CD, quando a internet ainda nem sonhava em carregar músicas em tempo real).
E aí que as coisas ficaram estranhas, pois quando o critério anunciado foi a escolha de músicas cujos compactos tivessem chegado ao número 1, grande parte das composições-chave de John Lennon no grupo ficou de fora pois só foi lançada em álbum – impossibilitada, portanto, de chegar ao topo das paradas.
Outro problema é que os Beatles inventaram o conceito de compacto com dois lados A e isso fazia que uma música que pudesse ser considerada lado B (portanto, menos importante que a faixa de trabalho) pudesse ser, ela também, um número 1 se chegasse ao topo das paradas de sucesso. O conceito de compacto com dois lados A tinha a ver também, claro, com o fato da força-motriz do grupo ser uma dupla, que já compunha suas músicas separadamente, embora assinassem em conjunto.
Beatles 1 reuniu canções que favoreciam, portanto, a importância de Paul McCartney nos Beatles em relação à de John Lennon. Este processo só não criou uma controvérsia de verdade porque Paul desistiu de inverter seu nome com o de John na clássica assinatura da banda, transformando Lennon/McCartney em McCartney/Lennon. No disco ao vivo Back in the U.S., ele trocou os créditos em todas as músicas dos Beatles que registrou, mas em 2003 fez as pazes com Yoko Ono e admitiu que a assinatura Lennon/McCartney era uma "a marca registrada do rock'n'roll que me orgulho em fazer parte", em entrevista à BBC.
Controvérsias à parte, o novo anúncio abre apenas margem para especulações. É uma versão de Beatles 1 em vinil? Uma playlist para a Apple Music ou para o Spotify? Uma nova coletânea só que de vídeos?
Saberemos em breve.
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