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Agora é sério: o terceiro “Cloverfield” estreia em outubro de 2017

Alexandre Matias

14/12/2016 21h38

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Foi feito física: o filme God Particle, que estava sendo anunciado pela produtora Bad Robot para o início do ano que vem, simplesmente desapareceu do cronograma de 2017. Ao mesmo tempo surgiu um filme da mesma produtora simplesmente batizado de Cloverfield Movie, com estreia marcada para cinemas Imax no dia 27 de outubro do ano que vem. Nem a Bad Robot, produtora de J.J. Abrams, nem o estúdio Paramount confirmaram, mas nem é preciso – afinal a especulação que God Particle seria o terceiro filme da série Cloverfield já vinha desde antes do lançamento do segundo filme, Rua Cloverfield 10, no início deste ano.

God Particle conta a história de um grupo de astronautas que passa uma temporada em uma estação espacial até que participam de algo que desafia o conceito de realidade que eles conhecem, como rezava sua sinopse de forma completamente vaga. Fontes próximas à produção dão maiores detalhes e narram que a surpresa dos astronautas é o simples fato que a Terra desaparece em frente aos seus olhos, deixando-os completamente à deriva no espaço.

O filme é dirigido pelo diretor norte-americano de ascendência nigeriana Julius Onah e conta com Daniel Brühl, David Oyelowo, Chris O'Dowd, Gugu Mbatha-Raw, Ziyi Zhang e Elizabeth Debicki no elenco e vem sendo filmado desde junho deste ano. Mas a principal especulação nem diz respeito ao fato do filme ter ligação com os outros dois Cloverfields – o filme de monstro de 2008 e o filme de cativeiro do início de 2016 -, mas que ele poderia explicar a ligação entre os dois filmes a partir de um evento de natureza cósmica.

Os dois primeiros filmes pegaram o público pela surpresa: sem nenhuma expectativa em relação às duas produções, ambos filmes foram anunciados poucos meses antes de seus lançamentos e a euforia em relação às duas obras fez que ambos fossem bem sucedidos nas bilheterias – um investiu em efeitos especiais e num elenco desconhecido, o outro num elenco de primeira e numa produção de baixo custo.

Mas fora a forma como foram apresentados, o fato de lidarem com o sobrenatural e de terem o nome Cloverfield no título, nada entre os dois filmes parece indicar que os dois sequer pertençam ao mesmo universo. O jogo de realidade alternativa que antecipou a estreia dos filmes sim, cria conexões entre personagens dos dois filmes mas isso nunca é traduzido na tela.

Uma das possibilidades – que eu apostava – era de que Cloverfield seria uma grife através da qual J.J. Abrams contaria contos de terror, ficção científica e sobre o desconhecido, à maneira de séries de TV clássicas como Contos da Cripta, Além da Imaginação, Outer Spaces e Amazing Stories. Mas pode ser que haja um contexto maior que explique a origem do monstro do primeiro Cloverfield e aquele final inusitado de Rua Cloverfield 10.

Sobre o Autor

Alexandre Matias cobre cultura, comportamento e tecnologia há mais de duas décadas e sua produção está centralizada no site Trabalho Sujo (www.trabalhosujo.com.br), desde 1995 (@trabalhosujo nas rede sociais). É curador de música do Centro Cultural São Paulo e do Centro da Terra, do ciclo de debates Spotify Talks, colunista da revista Caros Amigos, e produtor da festa Noites Trabalho Sujo.

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