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As referências que Tarantino citou em "Os Oito Odiados"

Alexandre Matias

04/04/2016 18h07

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Os Oito Odiados, filme mais recente de Quentin Tarantino e, pelas contas do diretor, a antepenúltima película que leva sua assinatura, dividiu opiniões. Para muitos, o filme do ano passado apura sua maestria como diretor, segurando a tensão por três horas, apresentando personagens arquetípicos que esticavam seus já clássicos monológos para o linguajar do século dezenove. Para outros, o filme de 2015 força a barra numa caricatura do próprio cineasta, que agora se considera um clássico. Fico no primeiro time, embora o considere o pior da filmografia do diretor – o que não quer dizer que é um mau filme, longe disso, só aumenta a moral do próprio Tarantino.

E é claro que o velho Quentin não ia deixar passar a possibilidade de colocar inúmeras referências a outras obras cinematográficas – inclusive alguns de seus próprios filmes! – neste Oito Odiados. E o editor inglês Ollie Paxton colocou lado a lado os filmes que inspiraram o diretor, dos mais óbvios (como os western dos anos 60) até os mais específicos (como O Enigma que Veio do Espaço, inspiração confessa de Tarantino para este filme) nesta montagem a seguir.

Ele deixou algumas coisas de fora, como as referências à Carrie – A Estranha e ao início de O Massacre da Serra Elétrica, mas ele vacilou mesmo de ter deixado a única conexão literal do filme com outro filme de Tarantino (e se você não assistiu aos Oito Odiados, pare de ler agora pois lá vem um spoiler). A referência é ao filme Bastardos Inglórios, quando, num dado momento de Oito Odiados, o personagem de Tim Roth revela que seu nome não é Oswaldo Mobray, como ele dizia desde o início do filme, e sim English Pete Hicox – o que o tornaria o personagem tataravô do tenente Archie Hicox, vivido por Michael Fassbender no filme de 2009. Parece forçado, mas o próprio Tarantino confirmou isso.

O que nos leva à teoria do universo compartilhado dos filmes de Tarantino, que seriam, todos eles, um enorme filme com personagens que se relacionam entre si. Essa teoria já rendeu até um curta com o Selton Mello e o Seu Jorge chamado Tarantino's Mind, produzido e dirigido pelo coletivo 300 ML em 2006. Saca só:

Sobre o Autor

Alexandre Matias cobre cultura, comportamento e tecnologia há mais de duas décadas e sua produção está centralizada no site Trabalho Sujo (www.trabalhosujo.com.br), desde 1995 (@trabalhosujo nas rede sociais). É curador de música do Centro Cultural São Paulo e do Centro da Terra, do ciclo de debates Spotify Talks, colunista da revista Caros Amigos, e produtor da festa Noites Trabalho Sujo.

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A cultura do século 21 é muito mais ampla que a cultura pop, a vida digital ou o mercado de massas. Inclui comportamento, hypes, ciência, nostalgia e tecnologia traduzidos diariamente em livros, discos, sites, revistas, blogs, HQs, séries, filmes e programas de TV. Um lugar para discussões aprofundadas, paralelos entre diferentes áreas e velhos assuntos à tona, tudo ao mesmo tempo.

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